segunda-feira, 3 de junho de 2013

Depoimentos sobre leitura e escrita



Depoimentos sobre leitura e escrita

             Patrícia Nogueira

Ao recordar sobre meu processo com as letras, lembrei-me de quando estava iniciando minha vida leitora. Sentava no chão, recostava no sofá, lia para minha avó as manchetes do jornal. Maneira interessante de uma criança praticar leitura. Minha avó era muito sábia. Passei a ler tudo que caía em minhas mãos. Bimestralmente, chegava à escola um catálogo de uma editora, Edições de Ouro. Nele podíamos escolher livros e encomendar. Que viagem!!! Minha mãe nos dava dois de escolha. Como meu irmão não era muito chegado à leitura, eu escolhia os dele também. Tenho estes livros até hoje. Com o tempo fui formando minha estante de livros, que chamam de biblioteca. Hoje tenho muitos títulos que variam dos clássicos aos acadêmicos.
Quando me mudei de casa, eu trocava minha bicicleta por gibis com meu novo vizinho. Era um aluguel muito prazeroso para mim. Li muitos gibis nesta época e continuo a ler até hoje.
Mais tarde, na adolescência, fazia trocas em banca de jornal com os livros da Júlia, Bianca, etc. Uma troca muito gostosa. Ler o resumo de cada livro para escolher qual pegar. Já viajava ali mesmo. Penso que tudo isto fez com que eu me tornasse uma profissional na área das Letras.

Eliana Maria Neppi 


          Eu fui aprender a ler e a escrever só no 1º ano primário mesmo - com o Caminho Suave - que tenho até hoje! Deste período, eu não me lembro de ter contato com livros na escola, mas a minha avó era austríaca e veio com 15 anos, com a família, fugida da guerra! Ela contava muitas histórias da 1ª Guerra, em que o pai participara, do rio Danúbio, das valsas vienenses, da neve! Eu ficava fascinada! Casou-se com o meu avô - caboclo da roça - que também era um contador de histórias orais - sobre lobisomem, saci pererê, almas penadas... Eram de arrepiar! Ele me apresentou às músicas sertanejas. 
          Ela deu de presente ao meu irmão o livro dos irmãos Green e quem o devorava era eu! Depois, da 5ª à 8ª séries, minhas professoras de Português sempre emprestavam livros da biblioteca e eu tinha que escrever aquelas fichas, contando as histórias lidas! Lembro-me bem que tentei ler Esaú e Jacó do Machado e não entendi "bulhufas" e tinha que contar a história oralmente para ela! Pedi-lhe desculpas e disse que não tinha entendido... Que vergonha! Durante esses anos, tive contado com a coleção "Para gostar de ler", Agatha Christie "O caso dos dez negrinhos" que achei ótimo e que me marcou bastante! As poesias do Carlos Drummond, do Bandeira, da Cecília, do Fernando Pessoa! E na faculdade o que me traumatizou foi "Grandes Sertões: Veredas" Tive de ler em 15 dias...
          Gosto muito de ler, mas não sou assídua! Prefiro jornais, revistas, artigos, crônicas, contos, pois são mais dinâmicas e rápidas suas leituras! Levo meus alunos de quinze em quinze dias à biblioteca para lerem o que quiserem até o estado mandar aquelas coleções legais para todos!

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            Somos professoras de Língua Portuguesa, participantes do curso de formação continuada "Melhor Gestão Melhor Ensino" idealizado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP), por meio da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São Paulo “Paulo Renato Costa Souza” (EFAP) e da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB), em continuidade ao Programa Educação — Compromisso de São Paulo como mais uma das vertentes voltadas à melhoria da educação do Estado de São Paulo.
            Participamos, por três dias, de aulas presenciais em que assistimos a várias palestras de educandos e estudiosos da Educação, no período da manhã, e com oficinas de leitura e escrita à tarde. Os trabalhos foram lidos oralmente e debatidos com muito entusiasmo!
            No primeiro módulo, por meio do AVA-EFAP, ferramenta da internet, lemos o artigo Leitura e escrita são tarefas da escola e não só do professor de português, de Paulo Coimbra Guedes e Jane Mari de Souza. Sendo muito pertinente o conteúdo, pois traz à tona a responsabilidade dos professores de todas as disciplinas em trabalhar com leitura e escrita de textos diversos e não só do professor de Português, que é, literalmente, taxado como o "culpado" por todos os erros e defasagens dos alunos. Traçamos nosso perfil, como nas redes sociais; debatemos os assuntos em fóruns e expressamos e expusemos nossas opíniões com os cursistas. Foi uma interação interessante e bem dinâmica!
            No segundo módulo, o grupo foi dividido em oito sub-grupos, com cinco participantes cada, responsáveis pela criação e alimentação de um Blog com os participantes do grupo e pela prática da escrita colaborativa. Entramos em contato com o depoimento de algumas personalidades de diferentes áreas sobre leitura e escrita em suas vidas. Palavras-chave de cada uma:
· Marilena Chauí - filósofa: esplendor do livro;
· Danuza Leão - jornalista e escritora: maníaca por livros;
· Newton Mesquita - pintor: livros como companheiro;
· Anna Verônica Mautner - psicanalista: constrita e acanhada diante de um livro;
· Contardo Calligaris - psicanalista: livros libertam o ser humano;
· J. C. Violla - bailarino, professor de dança, coreógrafo: o livro "estica-lhe a cabeça";
· Nina Horta - dona de buffet e autora de livros sobre culinária: viciada em livros;
· Antônio Cândido - crítico literário, teólogo, prof. da USP: o livro humaniza e enriquece;
· Moacyr Scliar - médico e escritor: a cesta de lixo é a melhor amiga do escritor;
· Rubem Ales - psicanalista e escritor: o livro é uma magia;
· Fábio de Paula X. Marchioro - advogado, escritor, blogueiro: gosta de ler, mas não gosta de pagode.
            Depois, ouvimos entrevistas feitas por Gilberto Dimenstein, que fazem parte da seção "Prazer em Conhecer", do site Catraca Livre, com os compositores Gilberto Gil e Gabriel, o Pensador, e com a funcionária pública, Clair Feliz Regina, de 80 anos, que, depois de cinquenta anos trabalhando, vai se dedicar unicamente às suas poesias, pois se aposentará. Gabriel não gostava de escrever redações com tema livre, pois tinha dificuldade em começar a história. Na Faculdade de Sociologia fez um trabalho com as diferentes tribos urbanas e suas tendências musicais. A 'avó-professora' foi sua grande inspiradora nas letras e leituras iniciais. Seu livro, intitulado "Um garoto chamado Roberto", todo feito em versos, ganhou, em 2012, o prêmio Jabuti de melhor livro infantil. Parabéns, Gabriel! Gilberto Gil também tem a avó como sua grande aliada nos estudos de todas as disciplinas: ficavam as crianças na cozinha, se alimentando do pão e da vida!

Será um prazer tê-los conosco constantemente, visitando o nosso blog! Sugestões, críticas, “letras e conversas” serão sempre muito bem-vindas! Até breve!